segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Ajustando as velas...


Foi um longo tempo quase no automático, o cansaço limita muito, idéias, atitudes. Cansaço foi a palavra de ordem dos últimos meses, dormir cansada, acordar cansada. Ainda é, mas já sinto uma saída desse estado de torpor. Saindo do automático, repensando objetivos, resgatando sonhos.

Algo de fantástico que a Mallu fez por mim, algo que nem 6 meses de terapia conseguiram: tirar a impressão de que minha vida já havia acabado, sentia que não tinha mais nada a realizar. A Mallu resgatou meu sonhos, minha vida ficou colorida novamente.

O impasse é que ela precisa tanto de mim, é tão dependente o meu filhotinho. E eu quero muito estar disponível pra ela, mas agora anseio batalhar pelos sonhos que havia abandonado, eles se tornaram tão latentes em mim que os tornei meu objetivo de vida.


A maternidade tem desses dilemas, mas já estou ajustando as velas. Que venham os ventos! 

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Culpa materna.

Faz pouco mais de 1 mês que retornei ao trabalho e  faz esse mesmo tempo que a Mallu está na creche. Depois da primeira semana traumática, ela foi ficando bem, se adaptando (ou resignando?!) se distraindo e brincando muito com os outros bebês. Mas ao contrário do que possa parecer, isso não fez com que eu me sentisse melhor, cada vez que vou buscá-la e a vejo me esperando, vejo seu rostinho feliz ao me ver, me sinto culpada, com a sensação de tê-la abandonado durante aquele período. O que me dói, é que tudo o que aprendi, li, pesquisei, inclusive durante a minha formação, é que sei que o estresse sofrido na primeira infância pode gerar consequências por toda a vida. Crio com apego, não deixo chorar, não repreendo, me baseio sempre na disciplina positiva. Mas e lá? O que isso pode gerar? Isso é algo que realmente me tortura, está fora do meu alcance. Ao mesmo tempo, voltar a trabalhar me fez muito bem (isso também gera culpa... ah... os dilemas maternos). A culpa é algo que incomoda, mas não é de todo ruim, pois nos faz refletir e repensar se podemos fazer algo pra mudar aquela situação. Faço sempre o que está ao meu alcance, procuro ter um tempo de qualidade com ela, preciso trabalhar, isso é fato, então quando estamos em casa dou toda atenção à ela - capricho na alimentação, nunca compro nada industrializado, o cardápio dela é variado e nutricionalmente excelente, foi difícil, mas acertamos na papinha, nada de TV, sempre sento para brincar com ela, muito colo, cama compartilhada e etc. Sinto falta de tempo pra mim, estou conectada a ela 24h do meu dia, mas sei que vale muito a pena, mais que isso, é essencial essa total atenção a ela nesse momento... e passa tão rápido, ela é minha total prioridade agora.

Ela está com 9 meses e 2 semanas, passando agora pela fase de "Ansiedade de separação", está muito grudada comigo, chora quando eu a deixo na creche, em casa não sai do meu colo, não fica nem com o pai. Está muito carinhosa, mais "chorosa" e se joga pra trás quando é contrariada. Eu procuro tentar suprir essa necessidade, dou muito colo, muito carinho, converso muito com ela com toda paciência. Já vi muitas pessoas falando que isso é "manha", "dengo" e até "sem-vergonhice", mas sei que faz parte do desenvolvimento dela, então com certeza tento deixá-la segura com minha presença, jamais repreendendo por esses comportamentos absolutamente normais na fase dela. E é assim que pretendo continuar, sendo um porto seguro sempre que ela necessitar, talvez esse posicionamento a deixe mais tranquila e ciente de que sempre que precisar, estarei ao lado dela. -  (e não dizem que colo de mãe cura tudo?!)