sexta-feira, 4 de abril de 2014

Culpa materna.

Faz pouco mais de 1 mês que retornei ao trabalho e  faz esse mesmo tempo que a Mallu está na creche. Depois da primeira semana traumática, ela foi ficando bem, se adaptando (ou resignando?!) se distraindo e brincando muito com os outros bebês. Mas ao contrário do que possa parecer, isso não fez com que eu me sentisse melhor, cada vez que vou buscá-la e a vejo me esperando, vejo seu rostinho feliz ao me ver, me sinto culpada, com a sensação de tê-la abandonado durante aquele período. O que me dói, é que tudo o que aprendi, li, pesquisei, inclusive durante a minha formação, é que sei que o estresse sofrido na primeira infância pode gerar consequências por toda a vida. Crio com apego, não deixo chorar, não repreendo, me baseio sempre na disciplina positiva. Mas e lá? O que isso pode gerar? Isso é algo que realmente me tortura, está fora do meu alcance. Ao mesmo tempo, voltar a trabalhar me fez muito bem (isso também gera culpa... ah... os dilemas maternos). A culpa é algo que incomoda, mas não é de todo ruim, pois nos faz refletir e repensar se podemos fazer algo pra mudar aquela situação. Faço sempre o que está ao meu alcance, procuro ter um tempo de qualidade com ela, preciso trabalhar, isso é fato, então quando estamos em casa dou toda atenção à ela - capricho na alimentação, nunca compro nada industrializado, o cardápio dela é variado e nutricionalmente excelente, foi difícil, mas acertamos na papinha, nada de TV, sempre sento para brincar com ela, muito colo, cama compartilhada e etc. Sinto falta de tempo pra mim, estou conectada a ela 24h do meu dia, mas sei que vale muito a pena, mais que isso, é essencial essa total atenção a ela nesse momento... e passa tão rápido, ela é minha total prioridade agora.

Ela está com 9 meses e 2 semanas, passando agora pela fase de "Ansiedade de separação", está muito grudada comigo, chora quando eu a deixo na creche, em casa não sai do meu colo, não fica nem com o pai. Está muito carinhosa, mais "chorosa" e se joga pra trás quando é contrariada. Eu procuro tentar suprir essa necessidade, dou muito colo, muito carinho, converso muito com ela com toda paciência. Já vi muitas pessoas falando que isso é "manha", "dengo" e até "sem-vergonhice", mas sei que faz parte do desenvolvimento dela, então com certeza tento deixá-la segura com minha presença, jamais repreendendo por esses comportamentos absolutamente normais na fase dela. E é assim que pretendo continuar, sendo um porto seguro sempre que ela necessitar, talvez esse posicionamento a deixe mais tranquila e ciente de que sempre que precisar, estarei ao lado dela. -  (e não dizem que colo de mãe cura tudo?!)




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