sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Eu gostaria de ter menos crises existenciais e curtir um pouco mais...
Nõ sei se é possível, mas talvez nossa personalidade possa se dividir algumas vezes...isso é um problema quando não se sabe realmente o que de fato se quer. E no final ficam só os amigos de sempre mesmo, ao menos tenho 1 ou 2 pra aguentar minhas abobrinhas.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Sobre Deus (parte 2)

Demorei tanto pra voltar a escrever sobre isso, pois é algo que está em contante transformação, meus posts poderiar se intitular : "Sobre Deus (parte 3.256)" , mas não sei se quero voltar a escrever sobre isso, pela falta de tolerância de muitas pessoas muitas vezes o assunto me cansa, mas vou ao menos chegar no ponto em que  estou.
Desde a aula de filosofia da facul...tudo mudou, muitas vezes eu queria acreditar e não conseguia mais, é muito mais confortável acreditar em algo, mas não é tão simples para quem já desacreditou. E passaram 4 anos dessa forma, nesse meio tempo estudei história da religião, paganismo, stregaria, wicca, budismo e por aí vai. Quando perdi meu pai, eu entendi por que a humanidade sempre precisou acreditar em algo maior. Eu fiquei com um sentimento de vazio tão grande, não só pela perda, mas também pela falta de continuidade. As pessoas acreditam que a alma vai continuar olhando por nós, ou vai dormir e esperar o apocalipse, ou reencarnar, ou vai pro céu, que seja, vai para algum lugar esperar algum tipo de justiça divina. Já fazia uns 2 meses que eu estava pensando sobre isso insistentemente, tentando achar alguma lógica nisso tudo, e foi no pior dia de todos, em que entrei no quarto e senti aquela dor profunda juntamente à pergunta "Por quê?" Nesse momento o telefone tocou e era uma pessoa muito querida e ao dizer alô, ela me disse: "Danielle, você não pode pensar que está tudo acabado, existe uma continuidade", ela falou outras coisas,(isso sem saber da minha opinião a respeito do assunto) e ao desligar o telefone tive um pouco de alívio. Alívio por que aquilo foi muita coicidência. E a partir daí voltei a acreditar, não em Deus, mas na espiritualidade. Muitas vezes desacredito novamente, e penso que só estou tentando acreditar para me sentir bem. Mas enquanto não tenho certeza, essa é a melhor forma que escolhi para continuar. "A certeza somente na inconstância".

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Sobre Deus (parte 1)

Minha opinião sobre religiosidade mudou muito ao longo dos anos e continua mudando, meu pais vieram de famílias evangélicas, porém ao se casarem, optaram por seguir outro tipo de crença – a Gnosis, meu pai me disse um dia que ele fez essa opção por que tinha muitas inquietações que a igreja evangélica não respondia (ou que ele não concordava), mas foi algo muito radical, pois os gnósticos diferentemente dos evangélicos, acreditam em reencarnação, elementais, chacras, runas, meditação e todas essas coisas. Eu creio que herdei essas inquietações do meu pai, pois desde pequena me interesso por essas questões.
Até os 10 anos acompanhei a doutrina gnóstica, depois fui com uma vizinha assistir uma missa pela 1ª vez e ela a todo momento me mandava ficar quieta, pois o padre iria fazer uma mágica no altar "transformar água em vinho", então decidi começar a catequese, o que não deu muito certo. Fiquei cerca de 2 ou 3 anos nela, mas fui convidada a me retirar (hauhauhaua) mentira, acho que perdi o interesse depois de discutir 3 vezes com a professora e começar a tumultuar as aulas.
Para começar, eu não fazia reverência para as imagens de Jesus ou dos santos – ela dizia que antes da aula tínhamos que dar “Bom dia pra Jesus”, então todas as crianças faziam uma fila no altar da igreja e uma a uma, com as mãos unidas chegavam em frente daquela imagem de braços abertos e numa reverência falavam “Bom dia Jesus”, eu me neguei pois disse que aquilo era apenas gesso. Outra vez tive uma longa discussão porque não acreditava no pecado original, como assim eu tinha nascido com pecado? Por que uma mulher tinha comido uma maçã proibida, eu era obrigada a reverenciar a alguém que supostamente morreu por mim numa cruz e eu teria que ser batizada para ficar limpa deste erro. Pfffff Mesmo assim fui batizada e crismada, acho que eu ia na onda, minha primeira e única confissão foi uma piada, mas deixa pra lá. 
E a última discussão que me lembro foi quando a professora disse que nós éramos “filhos de Deus” e os animais “criaturas de Deus”, eu e ela discutimos por bastante tempo, por que eu achava que os animais eram nossos irmãos, e não inferiores a nós (isso com 12 anos, hein...heueuheu) ela não conseguia ter um argumento que me convencesse do contrário e essa foi minha última aula.
Dos 13 aos 15 continuei na gnosis, freqüentei as aulas e realmente as explicações eram mais inteligentes no meu ponto de vista. Aos 15 anos , no dia do meu aniversário para ser mais exata, sofri uma perda muito sofrida, todas as perdas devem ser sofridas, mas para mim foi um marco. Quebrei todos os anjos que tinham na minha estante e duvidei da existência de Deus. (algo como adolescente rebelde). Aos 16 fui convertida (ohhhh) para a religião evangélica (foi uma fase negra na minha vida), a parte boa foi que fiz amigos muito legais, mas estava na onda de ser acolhida por algo superior, fazer parte de um grupo especial, era reconfortante saber que podia deixar meus problemas na mão de Deus, pois ele resolveria tudo para mim, eu aceitava tudo, todas as explicações, recitava versículos bíblicos no altar, dava testemunhos, era uma coisa linda de Deus. Isso durou um ano e meio.
Quando comecei novamente a questionar as coisas, eu comecei a acreditar que se existisse justiça divina, então obrigatoriamente existiria reencarnação, foi isso que me tirou da igreja (e também o excesso de fofocas que havia por lá – mas isso foi o de menos). Bom, essa época foi no início da faculdade , acho que uma das melhores épocas da minha vida até agora (tirando a infância), e foi quando comecei a ter aulas de filosofia. Meu professor disse algo muito simples, mas que mudou meu modo de pensar por muito tempo: “Qualquer civilização que surgiu ou que surgirá, inventará seus deuses e inventará crenças, tudo isso para explicar o que não conhecem ou o que não aceitam” -  então ele apontou para o chão e disse – “morreu, o corpo está lá estendido, não existe mais NADA, ACABOU.” – E foi assim que deixei de acreditar em Deus.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011


Talvez eu ainda tenha uma visão romântica do que é "seguir pelo caminho que te faça feliz", muitas vezes não se sabe qual é este caminho e qual a melhor escolha a se fazer. Sinto-me num momento crucial, tipo "efeito borboleta", o qual mudará todo o seu futuro.  Quando não se sabe que caminho seguir, não se pode ajustar as velas, é complicado ficar à deriva... O mais difícil é saber que muitas vezes os caminhos que escolhemos não tem volta, optamos por algo e arcamos com tudo o que aquilo possa proporcionar - felicidade, tristeza, arrependimento... E temos a triste ilusão de que algo poderá escolher por nós, acontecerá alguma coisa que irá lhe despertar os sentidos e orientar em suas decisões, algo ou alguém escolherá por você.  E quando não se acredita em Deus? Seria fácil dizer "deixe nas mãos Dele", mas eu não tenho essa opção, não posso fingir ser uma marionete nas mãos do criador, pelo contrário, todo o peso do que penso e das minhas escolhas caem sobre mim. Não tenho uma bóia salva-vidas. Isso não é um lamento, é apenas uma constatação.  Lembro que me senti assim antes do vestibular, eu recebi o convite de uma amiga, na verdade, fizemos um acordo, se nenhuma das duas passasse no vestibular, iríamos morar em Las Vegas com a irmã dela que já tinha uma vida estável lá, eu já havia até falado com meu pai, estava tudo certo. Mas felizmente (ou infelizmente?) eu passei pra pedagogia e ela pra enfermagem. Hoje penso que foi um daqueles momentos determinantes, em que tudo mudaria. Mas de certa forma, aquele momento não dependeu de decisões e sim de fatos. Não existe "e se", existe o que aconteceu, certas coisas não mudam, não voltam. Como é difícil se sentir responsável pelas nossas escolhas, nossos erros ou acertos. Esse final de ano está sendo tenebroso.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Quando eu tinha 7 anos, minha mãe me incentivou a ter meu 1º diário, ela me deu um caderno azul de capa dura onde eu poderia escrever o que estivesse sentindo. Acredito que era uma forma de me incentivar a escrever, pois ela mesma teve muitos diários em sua vida, mas depois do casamento queimou todos (medida de segurança?! rs). Então desde criança tenho meus registros, neste 1º diário tenho o relato de quando ganhei meu piano, de quando no meu aniversário de 8 anos a velinha não parava em cima do bolo (informação muito importante para a época...rs)  e outros fatos apenas narrados, mas que não estão mais em minha memória. E assim, durante vários anos, até a faculdade eu sempre tive diários, tenho uma caixa deles, mas ao contrário da minha mãe, não os queimei. Quando era mais nova tinha idéia de jogá-los no mar (depois achei que isso seria antiecológico... rs), e ainda estão aqui. Esses dias retirei a caixa do maleiro para reler alguns... e pude perceber o quão importante alguns fatos podem parecer no momento que estamos vivenciando, mas que anos depois não teriam a menor relevância em nossa vida. Achei interessante o fato de que desde os 8 anos sonho em ir para França, é algo que permanece até hoje... outra coisa que não mudou...continuo querendo absorver o máximo de cada idade, toda vez que fazia aniversário, desenhava o contorno da minha mão na página e embaixo escrevia: "eu nunca mais vou ter essa idade", como se no contorno daquela mão eu pudesse depois de anos, sentir o que eu estava sentindo naquele momento, queria eternizar cada etapa, tornar tudo especial... Durante a faculdade parei de escrever em diários e comecei a escrever em blogs... o que não deu muito certo, pois não havia nada de secreto, a não ser o fato de expor o que pensava de tudo... porém a cada postagem achava o texto que tinha acabado de escrever idiota... com o tempo parei de escrever meus pensamentos, e minhas postagens se resumiam a poesias, letras de música, frases e textos interessantes de outros autores. Hoje percebi o quanto me tornei auto-crítica, passei a ter tanto medo de ser julgada, de ser considerada ridícula, que não me abri mais, isso foi consequência de várias fatos que ocorreram em minha vida, mas percebi o quanto é importante que eu continue a escrever, mesmo que ninguém leia, mesmo que eu me sinta ridícula. Escrevendo meus pensamentos, percebi o quanto errei ao longo dos anos, o que poderia ter feito de diferente, mas também acho legal ver a inocência que eu tinha em relação a pessoas e situações e a percepção que tenho agora dos mesmos fatos. Percebi o quanto amadureci, mas que muitas vezes continuo errando, e mesmo sendo auto-crítica e achando idiota o que faço ou escrevo, a diferença é que hoje, quase sempre, eu consigo me perdoar.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Começo esse blog resgatando uma postagem que fiz no meu blog anterior  http://www.liliith.blogger.com.br/ em dezembro de 2004:

"Um sentido para a Vida! Esse é o título do meu blog (que está em francês por ser também o título de um livro de Exupéry). Esse título não é a toa... por muito tempo fiquei noiada pensando qual era o sentido da vida, acho que alguns de vocês já devem ter perdido ao menos alguns minutos nessa questão. E realmente ainda não achei a resposta, mas talvez tenha uma sub-resposta...se é que posso chamar assim. Acho que o sentido da vida é viver. (óooooohhhhhhhhhh) Sim, simples assim e ao mesmo tempo complicado, pois a maioria das pessoas apenas sobrevive. [...] Temos que ser livres para vivermos nossas vidas como queremos. Isso é o que realmente significa a palavra Liberdade. E é também um dos sentidos para a vida..."

Continuo ainda hoje com essa opinião, acho que "viver a vida como queremos", não é no sentido de transgredir as leis, mas no sentido de valorizar e buscar o que realmente nos faz feliz, mesmo que esse não seja o caminho mais fácil e nem o mais óbvio, mas aquele que dá sentido à nossa vida.